Bilhete, bronca, religião: confira como foi a reunião ministerial de Lula em sete pontos

Sob pressão pela queda de popularidade identificada em pesquisas recentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou os ministros a viajarem mais e aumentarem a ênfase na divulgação das realizações do governo, deixando as articulações para a eleição municipal em segundo plano. A reunião ministerial de ontem, a mais curta desta gestão, também foi marcada por preocupações com a comunicação no campo digital, críticas ao “uso político” da religião e pela reação do presidente às investigações de uma trama golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “covardão”. Segundo Lula, o Brasil correu sério risco de golpe.

A reunião de Lula em sete pontos

Eleições municipais: Lula pediu para que ministros deixem as disputas de outubro em segundo plano. Com 11 partidos compondo a Esplanada, o presidente não quer que a pauta contamine a agenda do governo.

Mais viagens: O presidente quer que auxiliares viagem mais o Brasil para divulgar entregas do governo nas áreas econômica e social. E que além de falarem de suas respectivas áreas, devem apresentar panorama geral das ações da gestão.

Foco nas entregas: O petista quer ver concretizado o “portfólio robusto” de projetos que já foram lançados até aqui; nada de anúncio de novos programas: “É hora de colher e não de criar novos programas”, disse Lula aos ministros.

Bronca em Nísia: Lula pediu a ministra da Saúde, Nísia Trindade, uma comunicação mais eficiente sobre a dengue e, em relação aos hospitais federais, afirmou que ela pode trocar o comando das unidades, mas também deve aproveitar para solucionar problemas de gestão.

Bilhete: O vice-presidente Geraldo Alckmin enviou um bilhete para Rui Costa pedindo mais entusiasmo do ministro enquanto ele expunha os números do governo.

Religião: Em baixa com os evangélicos, segmento alinhado a Bolsonaro, Lula fez críticas ao uso da religião como instrumento político: “manipulada da forma vil e baixa”.

‘Covardão’: O presidente afirmou que não há dúvidas de que houve tentativa de golpe no Brasil e chamou Bolsonaro de “covardão”: “Ficou em casa chorando (após a derrota) e preferiu fugir para os EUA” esperando o golpe acontecer.

Compartilhar